"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Do meu romantismo - Refeito

Acusação: romântica

E não sou?
Sou lobo de matilha
do tipo que compartilha
o uivo para a lua.
Apaixonada
cometo pequenos e calculados delitos:
roubo
beijos
sequestro-me
por horas
mato
saudade e desejo.
Guardo na boca vazia
o sabor da noite passada
ainda que me digam 'louca'
- que heresia! -
toda aventura será pouca

"E digo mais"
meu rapaz:
em tempo de tanto egoísmo
e medo do outro e engano
e ciúme e posse e mentira
luto e danço
sob outra lira.
Em tempo de gente que pira
por carro, casa e grana
eu só posso achar bacana
amar assim, por amar.

Se sou romântica? Sou.
Nada mais a declarar.

O poema original publicado às quatro da manhã no facebook merecia uma mexida. Foi o que fiz. Se quiser conferir o original, acesse https://www.facebook.com/note.php?note_id=243581875717965




4 comentários:

Unknown disse...

És não és?
Aquela que xingo as três da manhã
Quando penso no que fazemos
Um ao outro
E aos outros
E outros
Que se nos entrelaçam no caminho
Quando penso no vinho derramado
E no pecado que é pegar um táxi na chuva
Só pra saber se teu gosto de uva
Ainda é aquele das orgias imaginadas
Das coisas levadas
Sobretudo aquelas de apertar a campainha e correr
Ou dos pezinhos frios de madrugada
Colocados estrategicamente no start do mundo

Aquela que me rouba fôlegos nos beijos
Que deixo como migalhas no caminho do seu perder
Aquela que quer ver nas estrelas
Cada um dos delitos da ingenuidade
Do estar acordado para os amores daquele momento
E não mais
Aquela minha estranha paz
De acreditar na sua melodia
E pensar no seguinte dia
Como uma abstração artística e inusitada
Já que da noite passada
Ainda não desmaiaram os gostos e cheiros
Ah quantos temperos já sequestrados
Das tuas manhas geraram dúvidas
no próprio criador?

És não és?
E se não fores este ser raro
Eu te declaro!

Anônimo disse...

Verdadeiro, do fundo da alma. Profundo, daqueles que fala por ti, que não há mais o que complementar.

Anônimo disse...

Verdadeiro, do fundo da alma. Profundo, daqueles que fala por ti, que não há mais o que complementar.

Mara faturi disse...

Ahhh menina!! Que maravilha de poema!! penso parecido e tangencio pela poesia dos dias...
Bjo!!
* me encantando com tudo por aqui!!!