"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

fim de janeiro, e ando me perguntando, por meio das palavras de Arnaldo Antunes...

Haverá paradeiro para o nosso desejo
Dentro ou fora de um vício?
Uns preferem dinheiro
Outros querem um passeio perto do precipício...

Haverá paraíso
Sem perder o juízo e sem morrer?
Haverá pára-raio
Para o nosso desmaio
Num momento preciso?

Uns vão de pára-quedas
Outros juntam moedas antes do prejuízo...
Num momento propício
Haverá paradeiro para isso?

Haverá paradeiro
Para o nosso desejo?
Dentro ou fora de nós?

Haverá paraíso?

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Minhas férias...

Lembra quando a gente voltava das férias escolares e a professora pedia:"escrevam uma redação com o título 'minhas férias'?
Às vezes vira hábito.
Foi o que fiz nesse poema:

Minhas férias.



Primeiro são paus
de dar em doido
e eu apanhei.

Depois em más naus,
mareada
procurando o que conquistar,

Virei mestre do mar,
Mesmo que afogada,
e navegando a esmo.

Meus olhos fechados sonhavam
com a miragem ao longe
doce lembrança da anterior conquista.

Grito aos meus sentimentos
–marujos sempre rebeldes e violentos -
Terra à vista!
E volto feliz a Boa Vista.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

equilíbrio

Eu, que morro e renasço de amor e ódio,
caminhante tranquila de consultórios psicológicos e psiquiátricos
achava que já sabia tudo de andar desequilibrada,
 - e não imaginava o que era ter uma crise de labirintite!

Vejo tudo que é imóvel ganhar vida repentinamente
as coisas girando vertiginosamente em meu redor.

à espera de que os remédios façam efeito
sigo embriagada sem beber.
É ano novo e a Terra gira
mesmo sem eu querer.

domingo, 3 de janeiro de 2010

ano novo... de novo!


E a rosa dos ventos segue a mesma
exigindo que sejamos nós a decidir
que caminho palmilhar, dentre tantos convites,
que nós nos atarão
por gosto ou gesto
por dúvida ou dívida
por raiva, estupidez, gentileza.
A decisão final
tomada por nossas mãos
jamais será final, afinal
antes que chegue aquela que de todos nós faz irmãos.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

2010

Choveu muito. E eu em meio a muito espumante italiano, primas, filhas, irmãs e mãe. Mulherada poderosa, capaz de sobreviver até agora com a força típica dos orixás femininos, da deusa mãe, da mãe de Jesus, da Terra, enfim. Alguns homens no meio, pra temperar. Minha agridoce família.
O pensamento por vezes voava para junto de amigos queridos em Manaus e Boa Vista. Não pude dizer a eles. A TIM não permitiu.
E 2010 começou assim.
Logo voltarei para o sol do Equador, sob quem escolhi viver.
E desejo que tudo permaneça em seu lugar, felicidade para todos nós.