"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



segunda-feira, 29 de novembro de 2010

mais um de Alice


Joana era só cama,
Luzia cantava e lia,
Rosário me fez de otário,
E Daniela pensava mais nela.
Lorena me amou por pena,
Thaís me fez bem feliz,
Natália era apenas falha,
E Judite, só um palpite.
Roberta era morte certa
Luísa não me precisa
Simone errava meu nome
E com Aline, rendi um cine.
Miranda era muito branda
Carina preferiu Marina
e Andressa...
essa ainda me assombra!

Memória de agenda velha,
e o espírito nem cora...
mal me lembro dessa Adélia
essa Solange, essa Dora...
Ainda bem que se esquece!
E hoje somente Alice
me apetece.

sábado, 20 de novembro de 2010

terror amoroso

uma mulher de burca
- você e seu silêncio -
me ignora
e nega a fúria de lábios e mãos
que explodiu
o mercado de sonhos
ferindo-me duplamente

creme, açúcar
e desprezo.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

história de uma viagem

que dor é essa
que se esconde sob a pele
disfarça-se de sorriso
e sorrateira
derruba-me 
certeira
com somente uma pancada?

quem sou nestas horas
de riso angustiado -
gargalhada envelope
cobrindo carta anônima e muda?

não me reconheço na manhã mais linda
na hora infinda
de novos poemas
não me reconheço nas palavras de amigos
nos livros antigos
nas coisas pequenas

chove
sob a ensolarada e decidida
que decide pela vida.
subcutânea,
sobrevive a furiosa
louca que grita o desespero
órbitas vermelhas
gutural expressão do horror


 - depois do embate das gêmeas
reparo os pedaços da fêmea
sob olhar inclemente de culpa -


portar no mundo um teto-corpo
abalado pela convivência passional
de vida e morte...

seria sorte?


.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Agradeço

A quem generosamente incluiu um poema meu no quadro de entrada da Feira Literária do SESC RR.

Com leitores assim, a escrita se torna um exercício de musculação do ego...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Anversos

meus trezentos eus
vivos dispersos
imersos em si
soltos à espera
de nova rodada
da esfera habitada
...
despalavro-me
despetalada