"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



segunda-feira, 1 de agosto de 2011

sem choro nem vela

amadureça amara amora
não me venha agora!
não cabe o mar...

(moer o coração
espalhar-se  láctea
em miríade
de pedaços.)

6 comentários:

Unknown disse...

Caótico de sentimentos
O poeta coleta cacos na paisagem
Surrealmente surrado pela pose
Das orelhas no pedaço de guerra
Que trava com a realidade

Cacófato de parêntesis
O poeta se mete entre aspas
E raspas do que foi escondendo mitos
Acolhendo a dor ainda que fora de moda
E fazendo girar a roda dos que não sentem

Manco de poesia e beleza
O poeta vê seu rico capital simbólico
Transformar-se numa flor no meio da rua
Onde estacionou seu carro do ano
E todos os anos que passou bebendo
e vai destilando seu próprio veneno
antro de versos e avessos
o poeta desequilibra seu texto
se volta para a papoula da carne
execrando o mundo externo
libertando os fetiches de sua função adversativa
agredindo com seus cheiros e gostos
os rostos dos transeuntes

louco de gozo
o poeta
poeta

August disse...

... nossa senhora.. acho que eu devería comentar ''sem choro nem vela''... mas... então venho aki e encontro outra poesia... eis que me deparo com dupla dinâmica em casamento perfeito... é amado e réce.. o esticar de um amar?... fikei cafusa.. ;)

Elimacuxi disse...

ah, Mibi...

Pô e tá

por termos saído
da boca da fera
em termos inexatos
em vez de luvas
usamos sapatos

e a chuva morna
que chovemos tontos
respinga em pontos
interrogativos:
não fosse assim
estaríamos vivos?

Unknown disse...

Não não é vida o que vivemos
Apenas o que semos
E as emos que teimamos em ter
Não não é vida nosso querer
Apenas o que criamos
Aquilo que juntos samos
Quando temos que ser
Não não é a vida por fazer
Apenas o que produzimos
Naquilo que juntos fazimos
Na ânsia de acertar nosso viver

Elimacuxi disse...

boa,
o anjo torta lhe inspira!

Prof. Neto disse...

Eli, gostei muito da interação entre as poesias e as imagens... parece que tudo ficou mais bonito!! ;)