"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

de memória

A loucura é magra
branca e pequena
tem fala serena
numa voz que é rouca.

A loucura
se vista de cima
até parece pouca,
quase não alucina.
Mas deixa seu rastro,
o raro escorpião:
a tudo destrói
tudo põe no chão...

A loucura não se rende
invade a memória
e destrói 
devaneios de outrora...

Não me iludo
não sei de tudo
mas algo sei:
para ela, não há lei
a loucura é bárbara.

7 comentários:

Unknown disse...

Muito boa composição companheira, é preciso manter a ternura!

Rubens da Cunha disse...

bárbara, bárbara, nunca é cedo, nunca é demais :) belo poema

Ágda Santos disse...

Ja é tarde e ja é demais.

A pequenez só ilude a grandeza que dela vem.

August disse...

"E que a minha loucura seja perdoada. Porque metade de mim é amor e a outra metade....também." Oswaldo Montenegro

Elimacuxi disse...

além da Bárbara da Ângela Roro, tem a do Marcelo Camelo: "ô Bárbara, não maltrate meu amigo, pois eu sei que seu coração só pensa em Bárbara..."

Bárbara disse...

o peso de se carregar um nome
tão forte e tão leve-doce
que se acomoda na boca dos homens

por que será que nunca some
essa lembrança meio perdida
tão turva, de uma vida, que tanto te consome

Elimacuxi disse...

por que memória é o extrato
de que se compõe o abstrato
do eu, do meu, do que foi e nem foi

porque os relógios da memória
são moles, como ensinou Dali
e talvez a falta de imaginação
leve o coração a caminhos
que já persegui

porque a imagem tua
é doce e pesa
e, por que não assumir?
às vezes, bêbada e com a cheia lua
fico lesa.