"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



sábado, 12 de abril de 2014

Jamaica brasileira

sob azulejadas nuances
vermelhos e verdes
negros retintos
e aquela amarela
breve luz de uma vela
para Jorge, o guerreiro

o mago
com a radiola em controle
me enfeitiçava manipulando sua prole:
elevava compassadas
repetidas,
as notas que invadiam todos os cantos

e eu, embriagada pela fé que em mim se inserta,
no amor, que manifesto, a tudo altera, 
vi que o mundo se movia lentamente
vi assim o despertar de uma quimera
provocando-me um intenso desapego:
o meu corpo, separado de seus prantos
foi despido de seus demônios e santos
puro encanto e alimento para o ego

transe
de suor banhada 
a pele empretecida por dentro
não me impressionara mais 
que as retinas e ouvidos cheios:
meio demente
sempre, do que há no mundo
me fiz recipiente

era para Jah 
que soavam os cantos
e eu, entregando a alma
mantive a calma
ainda que desejasse
com toda a força
que fosse pra sempre cedo
e que praquele suave degredo
o fim não viesse
jamais.

Um comentário:

Nila Michele Bastos Santos... disse...

Durante a negra noite os tambores da ilha tocam, cantam, encantam, enfeitiçam tudo e todos. Eles reafirmam a outrora magia de nossos ancestrais: quem bebe desta água sempre voltarás!
Portanto, te espero amiga. ;-)