Odeio contratos, prefiro as dores
odeio amores de contadores
amores descrentes, burocráticos, organizados
amores de ligue não que eu também não ligo
"amores de amigo".
Será que é o mundo mesmo assim?
Ninguém mais a fim de ir ao fundo
afogados no imenso e imundo a-mar,
fugitivos do profundo da paixão?
Faz-me falta a loucura barata de pó sem pó
paixão que afaga e afoga a dúvida
paixão-crença em si, espelhado no outro,
paixão-poder de dar nó no destino.
Onde agora o encher-se de ser, o ser grande e conter o mundo:
velho-menino, santa-meretriz?
Fanática, nunca me farto da paixão-fé de criar começos
acreditando piamente em final feliz.