Capa de" J'ai besoin de tendresse", de Ange Axel Moncorgé.2016. |
Vou guardar meus poemas
meus três metros de mensagens
sem respostas
sem respostas
minhas mãos passeadeiras em suas costas
meus abraços fora de hora
meus beijos doados sem medo
minha boca, meu tesão
vou guardar a ânsia de te ver
vou guardar a ânsia de te ouvir
vou guardar a ânsia de viver
e do teu lado dormir.
Vou guardar pra mim
os atos de amor escondidos
na compra de supermercado
no banho do seu cachorro
no wafler de limão
no vinho na geladeira
na roupa nova pro colchão
no sexo de segunda-feira
e a aquarela em que eu, inteira
me coloquei na sua mão.
sim meu amigo
não se preocupe, eu não brigo
sou desse jeito, e no meu peito
pelo sim, pelo não
Vou guardar aqui
o que você, na sua sandice
amarga e duramente
me pediu que eu não repetisse...
não vou deixar meu amor se esvair completo
nessas lágrimas em que há tantos dias
eu me derramo, derramo, derramo...
repito e guardo pra mim,
já que você, distante e covarde, prefere assim
não te digo mais que eu te amo.