arrasta a sandália até a feira
volta sacolas, sacolas, calor.
roupa na máquina
roupa pro varal
depois passar roupa, passar calor
prepara peixe
serve no vapor
vapor da face
calor
calor
lava o lavabo
seca a garganta
cala-se em calor, calor, calor.
inventa sucos
e sobremesas
recebe os pares
debate a sorte
cola frases
ignora cansaços
o dia cai
e ainda
há que se fazer provas
há que se corrigir coisas
é noite
mosquitos zunem a vida que não atrasa
quando tudo já parece morno
ferve nela
a segunda-feira.
"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.
domingo, 26 de setembro de 2010
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Contrariado
Quando sonhou desgosto
Agosto era
Nem percebeu que o medo era o gosto que lhe ardia.
Depois,
descompostura no seio
da aurora:
Amanheceu silêncios e esporas
Agora verte-se
E o corpo trêmulo
por frio e fúria
flutua.
Secos olhos
E dores inaudíveis
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Desencontros
quando a bela
adormecida
no banco de trás
teve que descer
esqueceu o sapatinho.
voltei pra devolver
mas ninguém havia
além de cães falastrões
e um vento forte.
desolado deixei
seu par de sapatos
na caixa de correspondência.
adormecida
no banco de trás
teve que descer
esqueceu o sapatinho.
voltei pra devolver
mas ninguém havia
além de cães falastrões
e um vento forte.
desolado deixei
seu par de sapatos
na caixa de correspondência.
Assinar:
Postagens (Atom)