Então dizia minha mãe: faz isso não!
Eu fazia...
Fingia não saber o quanto doeria
Quando ela ou o pai descobrissem o feito
E fazia de qualquer jeito.
Nunca, nada aconteceu.
Hoje diz a consciência
- Essa flor de indecência
plantada no campo do meu pensamento –
com voz aguda e tonta
me avisando de antemão:
Faz isso não!
Parecendo ansiar pelos tapas
Que um dia esperei receber
Ignoro os ecos que há em mim
Esqueço os horrores
Das dores maiores que aprendi a tecer
Malcriada
respondo a mim mesma
pra me enlouquecer:
faço sim!