"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



sábado, 31 de outubro de 2009

má criação

Então dizia minha mãe: faz isso não!

Eu fazia...

Fingia não saber o quanto doeria

Quando ela ou o pai descobrissem o feito

E fazia de qualquer jeito.

Nunca, nada aconteceu.

Hoje diz a consciência

- Essa flor de indecência

plantada no campo do meu pensamento –

com voz aguda e tonta

me avisando de antemão:

Faz isso não!

Parecendo ansiar pelos tapas

Que um dia esperei receber

Ignoro os ecos que há em mim

Esqueço os horrores

Das dores maiores que aprendi a tecer

Malcriada

respondo a mim mesma

pra me enlouquecer:

faço sim!

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

encantamento

o sentido da água
que nasce na fonte de tua boca
me joga num mar desejante
me desentoca.

É antes um rio que agrava
o cio danoso da minha palavra.

É lembrança e nostalgia
ânsia amara
e doce poesia.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Ave Roraima


Ave Roraima que canta

feito pássaro mítico.

No peito de quem se encanta

por seus líricos fascínios

correm rios, cores quentes

queimam lavrados ardentes

choram guaribas no cio.

Mesmo quem vem do asfalto

Do barulho e da poeira

Quando vê, é roraimeira

Pretoneuberliakin...

Ave Roraima que canta

Amor que chega e suplanta

Todos os males em mim!