"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.
segunda-feira, 21 de julho de 2014
Prece a quatro mãos*
Único templo possível:
Nosso corpo.
A ele todos os dízimos,
todas as oferendas.
Dele
todos os cânticos e todos os altares.
Para ele todas as preces
porque é nele que se manifestam
todos os milagres.
E assim seja.
*Parceria com o querido Devair Fiorotti
domingo, 20 de julho de 2014
Boneca de pano
caminha
e pela estrada
não teme o fim
e sabe
que seguir ferida é o preço
em cada pedra escarpada
em cada galho seco
em cada espinho longo
deixa fiapos de si
não teme o fim
e sabe
que seguir ferida é o preço
para estar assim
embonecada,
sempre mais leve
embonecada,
sempre mais leve
e despojada.
sexta-feira, 11 de julho de 2014
Tristeza não tem fim...*
Quisera eu ter coragem
e poder
para superar sozinha
meu problema comezinho
dos que não sabem ler.
Quisera ter coragem
e poder ainda mais
para abrigar às crianças destroçadas
por bombas
e por pais e mães desaparecidos
nas barricadas policiais.
Quisera eu ter uma palavra de conforto
mas ensino, amor, cuidado, alento,
esperança, fé, ternura, tempo
interesse genuíno, gentileza, compaixão
são só palavras
quando o mundo todo ao redor diz não
e se afunda em trevas
num caos miserável.
Em silêncio, me esvaio
para um sono profundo e culpado
sob o lençol cheirando a lavado
e ouvindo a chuva cair lá do céu.
*para as crianças palestinas, os filhos de Claudia e Amarildo e Beth.
terça-feira, 1 de julho de 2014
Metamorfose ambulante*
A doçura furiosa de quem
tem todo tempo
toda certeza
toda vontade
toda esperança
e é todo paixão.
De quem acaba de deixar de ser criança
mas não se limita
a ser algo pronto
de quem tem a exata consciência
de ser algo em formação.
Por que é que isso passa, meu Deus?
Sinto falta da maturidade adolescente
pois me ferem as certezas indecentes
de quem crê já estar pronto sem morrer!
porque eu também prefiro ser.
tem todo tempo
toda certeza
toda vontade
toda esperança
e é todo paixão.
De quem acaba de deixar de ser criança
mas não se limita
a ser algo pronto
de quem tem a exata consciência
de ser algo em formação.
Por que é que isso passa, meu Deus?
Sinto falta da maturidade adolescente
pois me ferem as certezas indecentes
de quem crê já estar pronto sem morrer!
porque eu também prefiro ser.
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