"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.
terça-feira, 30 de abril de 2013
Vou vivendo II
parceira do pranto
do preço e da pena
à prova da pressa
opressa e sem graça
de posse da pose
de dona do acesso
a pedra:
e eu passo!
* para Heitor.
quarta-feira, 24 de abril de 2013
Vou vivendo
amor escasso, cansaço,
tropeço,
me perco em minha cabeça
caminhando entre escombros
mas não me importo,
porque a vida não exige guia,
a vida força
empurra, obriga
feito um tiro entre pombos
a vida é a melhor vacina
porque ela vaticina
lancina
ensina
assassina
e eu, resignada
me reservo o direito de ser
só aquela que embaixo assina.
tropeço,
me perco em minha cabeça
caminhando entre escombros
mas não me importo,
porque a vida não exige guia,
a vida força
empurra, obriga
feito um tiro entre pombos
a vida é a melhor vacina
porque ela vaticina
lancina
ensina
assassina
e eu, resignada
me reservo o direito de ser
só aquela que embaixo assina.
segunda-feira, 22 de abril de 2013
amor pra quem odeia*
Casal gay, em 1900. Disponível em: http://www.thegailygrind.com/2013/03/21/lgbt-history-photos-of-gay-couples-from-the-1880s-1920s-tbt/
que seja
quando tuas penas partirem, asas
quando novas nuvens surgirem, casas
quando nossos corpos rugirem, brasas
e nem demônios nem igrejas
nem inveja que vareja
na cabeça malfazeja
de quem julga sem amar
nos farão parar!
*porque não entendo nem aceito o discurso do ódio contra o amor.
sexta-feira, 19 de abril de 2013
Respeito
gosto de expor as negras garras
ouvir o estalar dos ossos despreparados
corroer a pele antes que a dor lhe doure
gosto de destruir angústias e desejos
oferecer vagos sonhos e mornos beijos
provocar, amar, mais amar.
depois gosto de descansar em paz
sob uma sobra de silêncio,
que estabeleça pausas e distâncias
sombras de solidão
gosto de tranças e danças
antes de adeuses discretos
e que a cabeça descanse
sob os mais duros decretos
de abstinência e torpor
porque de inúmeros nãos
do sim compõe-se o valor
é que respeito os desvãos
e os vais e vens do amor.
ouvir o estalar dos ossos despreparados
corroer a pele antes que a dor lhe doure
gosto de destruir angústias e desejos
oferecer vagos sonhos e mornos beijos
provocar, amar, mais amar.
depois gosto de descansar em paz
sob uma sobra de silêncio,
que estabeleça pausas e distâncias
sombras de solidão
gosto de tranças e danças
antes de adeuses discretos
e que a cabeça descanse
sob os mais duros decretos
de abstinência e torpor
porque de inúmeros nãos
do sim compõe-se o valor
é que respeito os desvãos
e os vais e vens do amor.
terça-feira, 16 de abril de 2013
Destroços*
se é silêncio que lhe falta
aprendo a fazê-lo sem medo
engulo ideias, remoo palavras
entorno o que sou
destronado e só
sem importância nem gosto.
e quando o gesto repetido
tornar-se ébrio e anteposto
à paixão que cativou seu 'esperto ser maduro'
juro
não ouvirei seu chamado
estará pronto e alto o muro
e sob o pó
tudo acabado.
*ou Ameaça?
*ou Ameaça?
domingo, 14 de abril de 2013
um domingo a mais
só entre os seus
desejava constante
a ausência de si
e era assim o dia em vão
domingo de sol
e solidão
desejava constante
a ausência de si
e era assim o dia em vão
domingo de sol
e solidão
quinta-feira, 11 de abril de 2013
terça-feira, 9 de abril de 2013
American Roses*
Tarde cinzenta e fria
Um soldado jazia em plena solidão
E numa fotografia
A mãe lhe sorria, servindo perdão
Era tão tensa e vazia
a monotonia do campo sem flor
com tantas rosas vermelhas
brotando de peitos sem vida e valor
Quem? Quem? Quem irá voltar
Quem? Qual? Quem? Quem irá voltar?
Ao limite chegará
Espalhando a cor do caos
A demência, o ódio, a dor, o adeus
Pouco se revelará
Que doente viverá
A perambular perdido entre os seus
De nada importará
Se algum deles voltar
Esquecido pela vida e por Deus
*para os veteranos do Vietnã, do Kwait, do Iraque, da Sérvia...
sábado, 6 de abril de 2013
Par ou ímpar?*
eu prefiro o ímpar, sim
o ímpar em que sobra um
que permite um par de três...
porque também me agrada o singular
eu prefiro o ímpar ao par
prefiro o real que deixa gente só
prefiro o número que não tem dó.
eu prefiro o ímpar ao par
o ímpar na cerva e na erva
a sobra na divisão
amor de reserva
pra espantar a solidão.
*fruto de uma conversa etílica com meu amor
o ímpar em que sobra um
que permite um par de três...
porque também me agrada o singular
eu prefiro o ímpar ao par
prefiro o real que deixa gente só
prefiro o número que não tem dó.
eu prefiro o ímpar ao par
o ímpar na cerva e na erva
a sobra na divisão
amor de reserva
pra espantar a solidão.
*fruto de uma conversa etílica com meu amor
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