"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Convulsão

Heis que desperta sob meus olhos atônitos
donde tira tanta força, esse cavalo?
Se debate, quer sair, ter vontade!
Ele me olha, olhos injetados de raiva
regurgita sobre mim um resto de sua última refeição.

- Corre, o amor acordou!
Tocam sirenes de alerta, quase um coração parado
busco o aparato de defesa - enfermeira!
E no meio desse espasmo
o sedamos com uma dose redobrada de distância e silêncio.

Observo-o
flores roxas nos braços e pernas,
louco controlado,
atado à cama estéril.

sinto arder na pele dolorida
o olhar amarelo com que me feriu.
Doente, segue a vida.

2 comentários:

Any disse...

Cavalo valente este de amor...
Força à vida e o prazer!
Bem vindo!

Ágda Santos disse...

Doente, sedado ou não. O amor sempre é forte quando se acredita nele.