"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



terça-feira, 23 de agosto de 2016

Cena do clássico Rock Horror Show.

Quer saber? Eu canto
bizarra não sou eu,
bizarro
é seu espanto
homem branco
cara pálida,
não é incrível que dominando tanta
parafernália
você ainda creia que minha roupa
tem de ser ditada pela minha genitália?
você pergunta, eu te digo
que "tipo de humano" eu sou:
tipo homo sapiens
modelo único, sabes, doutor?
se você não percebeu
a minha humanidade
se na sua idade não entendeu
que assim como sua mãe
eu choro, rio, amo e odeio
acredite, você faz feio...
sim senhor, doutor, eu sinto
pense, o que me impediria?
o fato de ser fêmea com pinto?
não fosse trágico e eu gargalharia...
mas sei o que você temeu,
que a bizarria te atingisse
só que a bizarra não sou eu
é a sua cretinice,
por isso eu canto, doutor,
bizarro foi o espanto
que hoje te acometeu
porque ser humano, doutor,
é algo tão seu quanto meu.

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