branca e pequena
tem fala serena
numa voz que é rouca.
A loucura
se vista de cima
até parece pouca,
quase não alucina.
Mas deixa seu rastro,
o raro escorpião:
a tudo destrói
tudo põe no chão...
A loucura não se rende
invade a memória
e destrói
devaneios de outrora...
Não me iludo
não sei de tudo
mas algo sei:
para ela, não há lei
para ela, não há lei
a loucura é bárbara.
7 comentários:
Muito boa composição companheira, é preciso manter a ternura!
bárbara, bárbara, nunca é cedo, nunca é demais :) belo poema
Ja é tarde e ja é demais.
A pequenez só ilude a grandeza que dela vem.
"E que a minha loucura seja perdoada. Porque metade de mim é amor e a outra metade....também." Oswaldo Montenegro
além da Bárbara da Ângela Roro, tem a do Marcelo Camelo: "ô Bárbara, não maltrate meu amigo, pois eu sei que seu coração só pensa em Bárbara..."
o peso de se carregar um nome
tão forte e tão leve-doce
que se acomoda na boca dos homens
por que será que nunca some
essa lembrança meio perdida
tão turva, de uma vida, que tanto te consome
por que memória é o extrato
de que se compõe o abstrato
do eu, do meu, do que foi e nem foi
porque os relógios da memória
são moles, como ensinou Dali
e talvez a falta de imaginação
leve o coração a caminhos
que já persegui
porque a imagem tua
é doce e pesa
e, por que não assumir?
às vezes, bêbada e com a cheia lua
fico lesa.
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