Odeio contratos, prefiro as dores
odeio amores de contadores
amores descrentes, burocráticos, organizados
amores de ligue não que eu também não ligo
"amores de amigo".
Será que é o mundo mesmo assim?
Ninguém mais a fim de ir ao fundo
afogados no imenso e imundo a-mar,
fugitivos do profundo da paixão?
Faz-me falta a loucura barata de pó sem pó
paixão que afaga e afoga a dúvida
paixão-crença em si, espelhado no outro,
paixão-poder de dar nó no destino.
Onde agora o encher-se de ser, o ser grande e conter o mundo:
velho-menino, santa-meretriz?
Fanática, nunca me farto da paixão-fé de criar começos
acreditando piamente em final feliz.
"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.
7 comentários:
`Sempre vi q a senhora tinha o dom, poesia de boa leitura, otimo! fuis!!
às vezes, penso que, se fosse nesse mundo de facebuks e sms, eu jamais teria entrado nessa de poesia, pois foi em conversas de varanda e trocas de cadernos, ideias, risadas, que uma amiga me levou pra esse mundo.
a gente fica triste, mas sonha ainda assim. os espaços são outros, as dinâmicas são outras, e a gente insiste em afetar de alguma maneira.
beijo.
ai, senhora,
o que me dói
é a hora
em que o amor
burocrata
erra de carimbar no peito
e parte escorreito
para a virilha...
fora isso é quase uma maravilha
amar o branco no preto
e amar o momento do tapa
quando você ia na rua
amando a próxima
como a ela mesma
ou quando a cisma
é com o seu contracheque
que não dá o que chegue
pro mês inteiro
amor ao primeiro
tilintar dos olhos na carteira
às boa maneira
e a concordãncia com tudo
o que é eterno enquanto
não se reparte
mas o que não parte
nem part ilha é a solidão
tarimbada do homem que sozinho
leva seu amor consigo mesmo
por isso o abismo
é mais embaixo
e o Raul perguntou
onde é que eu me encaixo...
Senhor, eu não me encaixo
a não ser
em cima e embaixo -
onde a paixão orienta.
Quando o carimbo entre as pernas me bate
deixo que me arrebate
meu coração dali também se alimenta.
E enquanto a bomba trabalha
e perco meu corpo na batalha
meus pensamentos vão junto...
Isso é vício, fanatismo?
- Um dia eu paro de amar:
viro defunto.
De fato, Senhora
Essa coisa não tem hora
De entrar em conflito
E parece até bonito
Ouvir bomba batendo em batente
E a alma da gente
cercada num canto
Obscuro do ser latente
Observando com encanto
O movimento quase aderente
De fato e de ofício, senhora
Essa coisa sem hora
Quando parca e pouca
Resseca os olhos e a boca
E quando toda agora
Tira a gente do sério
E pode por no cemitério
antes saber que DISSO morro
do que em insípida vida
pedir socorro...
kkkkkkkkkk.....
kaguei-me de rir com essa discussão em prosa toda dos dois... no entanto... no final ficou lindo até... melhor eu me resguardar no meu canto... rs ;)
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