terça-feira, 5 de julho de 2011

meu fanatismo religioso

Odeio contratos, prefiro as dores
odeio amores de contadores
amores descrentes, burocráticos, organizados
amores de ligue não que eu também não ligo
"amores de amigo".

Será que é o mundo mesmo assim?
Ninguém mais a fim de ir ao fundo
afogados no imenso e imundo a-mar,
fugitivos do profundo da paixão?

Faz-me falta a loucura barata de pó sem pó
paixão que afaga e afoga a dúvida
paixão-crença em si, espelhado no outro,
paixão-poder de dar nó no destino.
Onde agora o encher-se de ser, o ser grande e conter o mundo:
velho-menino, santa-meretriz?
Fanática, nunca me farto da paixão-fé de criar começos
acreditando piamente em final feliz.

7 comentários:

  1. `Sempre vi q a senhora tinha o dom, poesia de boa leitura, otimo! fuis!!

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  2. às vezes, penso que, se fosse nesse mundo de facebuks e sms, eu jamais teria entrado nessa de poesia, pois foi em conversas de varanda e trocas de cadernos, ideias, risadas, que uma amiga me levou pra esse mundo.

    a gente fica triste, mas sonha ainda assim. os espaços são outros, as dinâmicas são outras, e a gente insiste em afetar de alguma maneira.

    beijo.

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  3. ai, senhora,
    o que me dói
    é a hora
    em que o amor
    burocrata
    erra de carimbar no peito
    e parte escorreito
    para a virilha...

    fora isso é quase uma maravilha

    amar o branco no preto
    e amar o momento do tapa
    quando você ia na rua
    amando a próxima
    como a ela mesma

    ou quando a cisma
    é com o seu contracheque
    que não dá o que chegue
    pro mês inteiro

    amor ao primeiro
    tilintar dos olhos na carteira
    às boa maneira
    e a concordãncia com tudo
    o que é eterno enquanto
    não se reparte

    mas o que não parte
    nem part ilha é a solidão
    tarimbada do homem que sozinho
    leva seu amor consigo mesmo

    por isso o abismo
    é mais embaixo
    e o Raul perguntou
    onde é que eu me encaixo...

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  4. Senhor, eu não me encaixo
    a não ser
    em cima e embaixo -
    onde a paixão orienta.

    Quando o carimbo entre as pernas me bate
    deixo que me arrebate
    meu coração dali também se alimenta.

    E enquanto a bomba trabalha
    e perco meu corpo na batalha
    meus pensamentos vão junto...
    Isso é vício, fanatismo?
    - Um dia eu paro de amar:
    viro defunto.

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  5. De fato, Senhora
    Essa coisa não tem hora
    De entrar em conflito
    E parece até bonito
    Ouvir bomba batendo em batente
    E a alma da gente
    cercada num canto
    Obscuro do ser latente
    Observando com encanto
    O movimento quase aderente

    De fato e de ofício, senhora
    Essa coisa sem hora
    Quando parca e pouca
    Resseca os olhos e a boca
    E quando toda agora
    Tira a gente do sério
    E pode por no cemitério

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  6. antes saber que DISSO morro
    do que em insípida vida
    pedir socorro...

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  7. kkkkkkkkkk.....
    kaguei-me de rir com essa discussão em prosa toda dos dois... no entanto... no final ficou lindo até... melhor eu me resguardar no meu canto... rs ;)

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