"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



terça-feira, 29 de março de 2011

surpresas

I
eu não percebi o naufrágio
quando acordei
era sal  e sol pra todo lado
tudo desfazendo-se
tudo decretando obsolecência da matéria

II
entre bits e bites
gente não se fala mais:
se visita em salas virtuais
e troca carinhos
com carinhas pontuais

6 comentários:

Rubens da Cunha disse...

belo poema reflexo desse nosso tempo de agora

Elimacuxi disse...

o mote é: Como ser materialista na era da internet?

Unknown disse...

eu sou materia lista de matérias
tais
que não há país onde me acante
a paz que comigo trago
não tem sementes
e se esfuma
a ira dos dementes
não me inaugura
a cura da minha mordida
é o sólido patrimônio que se guarda
até o cúmulo
mas é de túmulo
que o acúmulo das minhas lembranças
é feito
e se não deito
teu corpo ao solo
me colo ao teu colo
e te faço sofrer do que não tens
eu sou a angústia
do não vivido
eu sou a libido
do que você perde

Elimacuxi disse...

Quandou saiu
levava a lista
ao mercado:
café, cebola, homem
voltou sem compras
nem troco.

Unknown disse...

Ei, Eli, vc sabe que vc é linda? Adorei o seu poema e adorei sua réplica. Especialmente a lista que foi levada ao supermercado. Tenho a nítida impressão de que além de voltar de mãos abanando, ela veio em farrapos...
Beijo
Mibi

Unknown disse...

mas feliz...