(Sim, Blenda tem razão, eu nasci no século XIX. Sou antiquada, me apaixono e morro. Escrevo poemas porque vivo dilemas intermináveis. Prova disso é o poema "Morta Viva":)
Há muitos métodos para matar uma pessoa.
O mais cruel é aquele que mata mantendo-a viva.
E é verdade, viver mata.
Revejo as cenas de meu fim.
Um tiro. Seco.
Uma garrafa de vinho, tinto
e o sangue, espesso, escorrendo.
Uma faca. Fria.
Uma dose de cachaça, quente.
e o sangue, espesso, escorrendo.
Overdose de tranqüilizante. Indolor.
Uma garrafa de gim, incolor.
e o sangue, espesso, parado junto ao cor.
Corte no punho. Trágico.
Garrafa de uísque, o Manifesto Antropofágico.
e o sangue, espesso, escorrendo.
Atirar-me em frente ao carro
Afogar-me no catarro
Destruir-me a sangue frio!
Uma corda no pescoço. Firme.
Uma desculpa qualquer para ir-me
Dessa dor dentro de mim!
Vejo os quadros todos prontos
Meus pontos, meus contrapontos
Todos tão sós, como eu:
a verter o sangue espesso
das artérias, me despeço
desse amor que não morreu...
4 comentários:
o corpo morre... mas sentimento não, mas essa e outra poesia, mas da vida. Beijos. Edna
o mesmo sangue que corre, pára, seca, coagula e mata se não houver algo bombeando além do coração.
expetácular... explendido... no entanto nenhuma dessas palavras traduzem akele sentimento punk que se sente por dentro ao ler ''morta viva''... putz meu!... que lindoo!... lindu mesmooo! ;)
Muito lindo! Parabéns! Que sempre vc escreva, pois vc tem o dom. beijos
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