Embora não faça alarde
é liberdade quem me urde
por isso não faço contas,
não sei de quantos usufruí prazeres,
(além da língua
nos pequenos lábios
há os prazeres da palavra
na boca dos sábios...)
Não
não sei em quantos dias posei
de bela ou de fera
lavando glande com saliva
erupcionada
no interno calor
algoz e cativa.
Não
não conto os dias de roupa suja e pia cheia
os dias de leite e pão e miojo
assim como não conto feijoadas e lasanhas
minuciosamente planejadas
não conto as horas de encerar o chão
onde me deito com quem amo
distribuídos em tantos dias do ano.
é tão boa a roupa de cama cheirosa
quanto a manchada de amor
sou eu quem escolhe, da minha vestimenta,
o comprimento e a cor
não venha ditar o que me cai bem
você não me conhece, neném.
VEJA e deseje, esbanje hipocrisia,
meu corpo e meus dias
são pra minha felicidade
não estou pras suas falhas
esses contos de fada urdidos por canalhas
porque sou e quero ser mulher de verdade,
sou "bela, recatada e do lar":
dou a quem eu quiser dar
uso a roupa que eu quiser usar
como-me nua na frente do espelho
e não serve-me nem para limpar o cu
seu tosco e machista conselho.
"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.
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6 comentários:
Quero!
Lindo! Amei Eli!
Lindo! Amei Eli!
Tudo isso e mais um pouco... No final das contas, no que é meu, mando eu...
Tudo isso e mais um pouco... No final das contas, no que é meu, mando eu...
Nossa! O que foi isso que li agora? Meu lado atriz exige que eu deguste cada palavra, cada vírgula.... Adoro poemas fortes, construídos por poetas fortes como você. Obrigada! será um grande exercício dramatúrgico. Bj
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