Esperança não criou asas,
desesperou,
desceu correndo as escadas
tropeçando nas palavras
gritadas
amarrotadas
por tanto, tanto tempo guardadas.
Cuidadosa e calmamente
já tinha guardado em si
trinta e dois Norpramin,
vinte e três Cipramil
mais um copo de açaí.
Me lembro bem de Esperança
porque ela foi a primeira
que vi morrer, em criança,
no antigo Jardim Palmeira.
2 comentários:
Sem razão é o que queres...uma gótica tarja negra
das que na cura se sarja
e na ferida não vejas?
Há noites que sono não tens
sonhar nos sonhos é o que queres
Dormir desse sonho absténs
estar em vigília esperas?
sonhas dormir em teu sonho
dormir nos sonos que dormes?
viver a verdade, enfadonho
desperta, sonhar é teu rumo?
mas queres sonhar alguns dias
nos sonhos a realidade?
acordas em vida arredia
augúrio, infelicidade...
Nos sonhos se dormes não veis
Se veis, não estás acordada
negra tarja no peito almeja
cravejas, acovardada?
e vais querendo uma tarja
das pretas, vermelhas, que importa?
Mas como não tens a receita,
nem médico, nem alegria
a garrafa, então uma eleita
seu álcool te ludibria
e vais seguindo sem beira
no sonho somente te expõe
sem rumo, descanso, nem eira,
no sono com qual te indisponhas
acordada assim vais seguindo
ou tarja ou treze por cento
ébria, abstraindo
bêbada, teu acalento
hahahahah!
Ivana, sua pérfida!
:)
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