"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



segunda-feira, 28 de outubro de 2013

história de voo

viro a página
reformo a vida e saio de viagem
vou levando adeuses e ideias na bagagem
companhia exata de um princípio sem fim 
sobrevoo o abismo
que há no centro de mim

retorno mais tarde
e a tarde furiosa e quente
beija a cidade muda 
e queima tudo com sua saliva
suave e incandescente

estudo o espaço 
e ensaio um golpe no ar escasso
sangrando e sem palavra
o coração na mão batuca, piano piano
um som qualquer, sem sentido nem graça

no oco do peito há um silêncio
e sem alarido 
vejo cega que tudo está mantido
no devido lugar:
 - inclusive eu 
que pousei sem pousar


Um comentário:

Anônimo disse...

otimo! emocionante! voce sabe lidar com as palavras, e este poema tocou forte no meu coração :)