Hoje chove. Um dia o vi sorrindo e parecia hoje. Sorri também, meio pelo leve do coração, meio pela erva. Era rosa aquele ócio em que caímos. Você, todo lobo, enredou-me num lençol já gasto e fui teu pasto mais uma vez. Nem me lembro como terminou aquela noite.
Hoje chove. Um dia o vi chorando e parecia hoje. Chorei também, meio por vergonha, meio por culpa. Era amarela a vergonha, você disse. Eu, toda Alice, queria mais era um abraço, sentir teu laço de perdão que ainda arde. Nem me lembro como terminou aquela tarde...
Hoje chove. Um dia, eu o quis, tu me quisestes, foi delírio aquele dia, e parecia hoje. Depois corremos nos dias repetidos. Solidão morta por dois no exílio: o vinho era a saliva e parecia hoje. A vida era tão viva, e parecia hoje...
Hoje chove e não encontro o porto. Tento em vão preencher nosso quarto com meu corpo, mas grita-me a vida, ardida, dividida.
Hoje choro,
porque chove
e você é morto.
"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.
8 comentários:
Que chova, deixa chover! É o Sol que reina soberano o teu céu, o meu céu, o céu de todos! Por mais que chova até que o Sol se ponha, ele ainda está lá, por trás das nuvens. E seus raios, mesmo fracos, sempre chegam à superfície.
Oi Eli, que saudades! Muito maça seus poemas, adoro eles!
Se tiver, passa no meu blog e dá uma olhadinha: http://thiagoworld.wordpress.com
Corrigindo: *massa
Chove aqui também. A vida é engraçada; tristezinha e tristezona encontram-se sob a chuva do norte.
"é dor,
se há tentava, já não tento,
ao transformar em dor o que é vaidade
ao ter amor
- se esse é só orgulho -
eu faço da mentira liberdade
de qualquer quintal faço cidade
insisto que é virtude o que é entulho
baldio é meu terreno e meu alarde"
Os barcos, Renato Russo
Interessante que o que fomos descobrimos que ainda somos.
E que a chuva da lembrança, ainda molha nosso sono.
o olhar perdido remói o que há tempos é pó.
Apesar do que vivemos, às vezes nos sentimos só.
Quando chove, como hoje, nos protegemos dos pingos.
Mas chuva é apenas água e
hoje é só mais um domingo.
re beber, re cair, re levantar, re chover, re desmanchar, re lembrar, re cordar, re viver, re novar.
reaprendo com amigos
que reabro portas
refaço caminhos
e domingos são só dias
entre outros
como nós
pingos de chuva
bebidos pela terra.
Eli suas poesias sao lindas....
saiba que a chuva passa e logo vêm o sol prazendo o calo e a alegri
nos re lembra de que sempre a um novo dia
e novas alegrias...
corrigindo: trazendo
re lembrando
desculpa pelos erros é que estou digitando no celular.
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