Sino do vento da porta da frente. Imagem, elimacuxi. |
o dia mal aclara
e a cara do vento, descaradamente fofoqueiraconvida as folhas prum leva-e-traz,
passeia levantando seus fãs na poeira
irritando narizes,
cerrando olhos, removendo quipás
com seu chicote e suas cicatrizes.
A cara do vento é meio mãe, meio capataz.
A cara do vento escancarou o dia
disputando com o sol a manhã modorrenta
acordou os capazes de ouvir a poesia
que em suas costas carrega e sustenta
em pétala e sangue, me trouxe notícias,
de quem, pelo mundo, a vida aferventa.
disputando com o sol a manhã modorrenta
acordou os capazes de ouvir a poesia
que em suas costas carrega e sustenta
em pétala e sangue, me trouxe notícias,
de quem, pelo mundo, a vida aferventa.
A cara do vento rompeu num aviso:
se derrubou pontes ou ergueu marés,
se destelhou casas, derrubou granizo
e se rompeu a carne presa nas galés
tudo era passado, no agora presente
estava disposta a novo julgamento -
faz cantar o sino da porta da frente
em perdão contínuo de contentamento.
se derrubou pontes ou ergueu marés,
se destelhou casas, derrubou granizo
e se rompeu a carne presa nas galés
tudo era passado, no agora presente
estava disposta a novo julgamento -
faz cantar o sino da porta da frente
em perdão contínuo de contentamento.
E como a verdade que se escancara
é que meu juízo à natureza não altera
a cara do vento deu na minha cara
suave e certeira,
como uma quimera.
é que meu juízo à natureza não altera
a cara do vento deu na minha cara
suave e certeira,
como uma quimera.
2 comentários:
❤️
E como dizia Heródoto: um tapinha do vento não dói, um tapinha não dói.
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