"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Poema de primavera















Quando venta
e o vento traz assim, de longe
uma palavra tua, doce irmã,
eu, que ao amor respeito,
suspeito que entre nós ele é espada de são jorge
é espada de iansã,
é lança de ogum:
raízes fincadas, parece seco mas resiste vivo
no peito, na pele, na cabeça...

transformado
se espalhou à beça
e espera, espreita
um encontro ou dois
um par de noites
um samba, um bolero
um brega
para atiçar depois
sob o açoite do desejo
renovada entrega.

talvez seja isso,
basta um morno e úmido beijo
pra irromper, de novo, um verde broto
amor maroto de quilate raro:

fruto maduro
dentro de nós.

 

3 comentários:

Joakim Antonio disse...

Ótimo! Primaverou!

Francisco Petros disse...

Eli,

Belo poema. Com o perfeito sentido da poesia.
Sinceramente.
Sempre escreve?

F.Petros

Elimacuxi disse...

obrigada, queridos pelos comentários. Sim, Francisco, o blog é dedicado especialmente à difusão digital do meu trabalho literário. Abraço!