"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



sábado, 6 de setembro de 2014

41 + 17 ou

DO QUE UM PLANO DE CAPACITAÇÃO PROVOCOU EM MIM

Já passei de meio-dia
ainda vejo o sol alto, sinto sua energia
ainda vejo sombras projetadas para baixo
e caminhos iluminados em diversas direções.

Mas já passei de meio-dia
logo serão três e quatro e seis e meia
como foi desde as zero hora
rápido demais.

Penso em quem partiu às duas
em quem não teve como plantar-se
feito memória.
Eu não
eu história já,
passando de meio-dia.

Juventude e potência, do devir destemidas
comprar casa, ter filho, fazer doutorado
todas essas coisas que ocupam quem está ao lado
mas deveras não tocam meu coração sob o sol.

De alguns caminhos que brilham
à minha frente, eu pergunto:
será que dá tempo de eu ir junto?

É dessa angústia que parece doer mas não dói
e do interesse de registrar uma aguda certeza
que se fez, de suavidade e aspereza
esse poema:
se um meteoro esconder o sol
e se fizer noite antes do esperado anoitecer
essa vida tão sentida e ressentida
já terá valido a pena.


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