Três horas,
impiedosa a chuva rompeu com a secura
e tudo fora lama e lágrima
- fora eu, que era só
e deitada entre José e Pilar*
pensava antes no que a vida
nos nega nos quer legar.
Um raio rompeu com a árvore
a porta dos gatos batia
o celular sem sinal,
a cor da vida que ardia...
e eu dormindo sem mal
entre um casal tão feliz:
pilares que mantém
José de pé
Pilar
e quem seria o mago?
Quase não senti o horror
da noite em claro
da cidade alagada
e da vida,
negada e legada.
Do amor de José e Pilar
extraí tanta beleza
que dormitei em Boa Vista
e acordei em Veneza.
*
3 comentários:
Adorei, Eli! Eu é que agradeço por ter inspirado você a fazer um poema tão bom! :)
Amei o poema e quero ver o filme. Onde consigo?
marca uma sessão na tua casa, eu levo o filme Mibi.
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