"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Quedas da lua*

Estou aqui porque me obriga a vida
e os olhos reabrem apesar da ferida
da lua tantas vezes despencado
sem palavras, sou um poema mal acabado
e se o derradeiro verso ainda não foi dito
que venha mais praça, mais vida vadia que me abraça
mais cachaça, mais frio e calor e cansaço
e queda
tanto faz se a rima não arremeda
o que antes existiu e agora findou
como o dia que nasce,
voltará a noite
essa que eu cubro de amor
pra que me acoite
até que a poesia se faça completa
e eu morra e finalmente
seja estudado e amado,
considerado "poeta".

*Uma resposta para meu parceiro e comparsa, Roberto Mibielli.