"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Confessa e declarada

I

Passei noites com Vinícius
compartilhando nossos vícios
em mulheres e amores...
Amei de fato as melhores, 
a Bruna e a Marina
a Martha e a Adélia
a Sylvia e a Cecília...
Quanta maravilha!
Confesso que fui amante de Carlos,
de Afonso, de Pablo, de Frederico...
fora os encontros furtivos com Paulo,
com Arnaldo, com Oswald, com Chico...
Muito fugi com Luís Fernando,
e fingi prestar atenção às equações da aula 
quando
meu pensamento dançava
no pensamento de Renato.
Que barato!
Nada fiz de encoberto
já tive caso e acaso
com Roberto, Caetano, Cacaso,
e outros que nem me lembro...

Esses homens e mulheres 
que me compõem por dentro
e me decifram pra mim
nas horas que não me entendo,
com todos já visitei
o chão do inferno e do céu! 
 - mas a nenhum eu amei
do tanto que ainda amo
um poeta: Manuel!

II

Não sou virgem cem por cento:
com você me fiz Tereza,
corpo entendido, sem alma
fui um porquinho da índia
beco da cidade, trauma,
um bicho na imundície
dancei um tango argentino
na maior libertinagem
teadorei, teadoro...

Se há algo que lamento,
Amante mais do que lido
Bandeira da minha vida,
Foi não te alcançar, amigo,
Quando cheguei, nódoa inteira
tu daqui já tinhas ido...


  

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