"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Faceira

Eu tenho trezentas faces:
face ao mundo
faço que sou,
faço que não sou,
disfarço bem.

Quando me refaço
fotografo
pra mostrar depois.

(o inferno é não crer em nada
e não saber o que vai embaixo
de toda essa carcaça transformada!)

3 comentários:

Flaider Pimentel disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Flaider Pimentel disse...

É verdade ... O "Inferno" é não crer em nada, viver desconfiando e criticando tudo, e não procurar a "verdade"!

Unknown disse...

É, Eli, os fatos estão soltos nas faces da moeda. As faces do poeta são a estreita relação entre seu inferno e as crenças que deseja ter, mas não se permite. As faces do poeta são quase sempre rígidas demais para que ele se faça humano. O poeta não se quer cínico mas acaba se negando en quanto poeisa, inclusive, até que só o cinismo impere. Teu poema propõe a transformação desta "carcaça refeita" e fotografa pra mostrar a quem vier que além das trezentas faces (já próximo das mil de que nos fala Oswald de Andrade)existe o humano, o maravilhosamente humano, disfarçado e puro.
Bj
Mibi