"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



terça-feira, 15 de junho de 2010

Poetas


Poetas não dizem verdades
Nem mentiras
Jogam com as palavras
Suas frustrações e iras.

Poetas dizem o universo.
Por vezes se escondem nos versos.
Por vezes se dizem perversos.
Por vezes se perdem, dispersos...

Poetas são tolos que pensam
Que criam o mundo com as mãos.

Tal como o calor aos ventos
Criam e acirram sentimentos
Que vão da alegria à mágoa.
Calam cores e sabores
Se temperam de amores
E fazem de suas dores
Calmaria em copo d’água.

E quando se desconhecem
Cometem loucos deslizes
Acreditam no que escrevem
Se fazem tão infelizes.

Unir versos de poetas...
Pura manipulação:
Fazer da vida concreta
Poema, contradição.

5 comentários:

Iuri Adônis disse...

Perfeito. Sério. Compoesi esse...

Beijo

Unknown disse...

Pusta queos parau!!! Fala sério!!! Muito Bom!!! "Calmaria em copo d'água" é um daqueles raros versos que eu queria ter feito. Ser um tolo que cria o mundo com as mãos é divinamente (auto)patetopoético e "fazer da vida concreta Poema, contradição" é a essência de nossa avançada e incurável tolice. Um beijo para você eseu lindo poema. Mibi

Unknown disse...

Ensaio

Tolo
Tolo
Tolo
Tolo
Tolo
Tolo
tolo
Tolo
Tolo
Tolo eu rimo
Tolo arrimo
Tolo mimo
Um poeta tenta exaustivamente
Dessignificar
o seu destino

Unknown disse...

Sarar magos
Eu tentaria
Sarar magros
Da euforia
Saram egos
Nessa apatia?
Saraus magros
Eu não queria!
(BV, 18/06/2010)

Elimacuxi disse...

Yuri, você é doce... obrigada. Mas Miba tem razão, é autopatetopoético de fato. É um rir do que nos é arrimo, nossa tolice que chega a ser poetopatológica. Também lamento os saraus magros, a falta de vontade de olhar pra dentro de si e dos outros. Odeio a ausência do lúdico da fala na escrita, e as falas e escritas embaladas pela seta do nosso tempo, que "não se pode perder".
Beijos tolos e sem sentido pros dois!