"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Autorretrato*

elimacuxi, autorretrato, set/2019.
Meu ser é o Olimpo
onde reino em seis facetas
numa dança divinal.

Sou Demeter, a mãe
que alimenta em entrega sem igual,
e Artemis, que livre e atenta
me mantém no yoga e
ao meu corpo movimenta.
Sou Atena,
orgulhosa do meu estudo e, no meio da liça
me junta aos que berram e lutam por justiça. 
Sou Hera, que sábia e paciente,
se impõe na partilha do poder
sendo essa, que não cala, nem consente.
Sou Afrodite também,
a beleza da poesia corre em minhas veias
e a partilha amorosa é um dos meus grandes intentos.

Não crês?

Vem dessa dança a plenitude que flui em meus pensamentos
e irradia no sorriso e no brilho dos olhos, que ora vês.

Sou ainda e mais que todas, Perséfone,
estive já do outro lado do Estige,
conheço o interior das sombras que podem cobrir os atos
quando não sabemos lidar com a luz que em nós existe
e quando por vezes, insistimos em cegar.

O Olimpo sou eu e em mim se manifestam
milhares de mulheres
professoras e profetas,
donas de casa, concubinas e atletas
freiras, bruxas, putas, analfabetas
numa dança divinal que reconheço em cada irmã.

Há no meu corpo, no meu rosto
a consciência de milhares de outras mulheres
tão lindas e tão fortes quanto eu
conscientes de si, de cada poro, cada sinal
cada fio branco que lhes adorna a fronte.
E para as mulheres que se reconhecem
do alto do Olimpo que elas são,
não haverá Tártaro, nem Tânatos,
nem Hades,  nem Caronte.

Para a querida Larissa Mungai Von Atzingen, com toda minha gratidão. 

5 comentários:

Ingrid Esteves disse...

Amei fazer esta viagem à fonte das Deusas com você . Poema maravilhoso, dando vida às nossas 1000 faces e devires mulher. Bonita homenagem . Beijo Ely,que conheço de alma. 💜😘

Ingrid Esteves disse...

Amei fazer esta viagem à fonte das Deusas com você . Poema maravilhoso, dando vida às nossas 1000 faces e devires mulher. Bonita homenagem . Beijo Ely,que conheço de alma. 💜😘

Liv disse...

Adorei! Estou estudando deusas, tenho que te contar direito da próxima vez que nos encontrarmos. Ainda aguardando sua visita em Barcelona! Beijão

Unknown disse...

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Unknown disse...

Encantador e profundo. Só você Eli, para expressar dessa forma a poesia.