"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Esvaziar

quando por algo me esgoto
e as mágoas não se absorvem no solo
de tristeza me emboto
e dura e fria vou direto ao outro pólo:

porque sou dupla e entre duplos me esboço
sol que brilha no resto de chuva, na poça,
lembrança de quebrada promessa
seriedade de criança fazendo troça.

e à semana que inicia já pesada
com reunião e falsidade que, no entorno
foi, por quem pensa ser correta, semeada,
entrego o resto do que sou, um resto morno
a física presença, de meu ser esvaziada.

é meu corpo quem me grita meus cansaços
quando a mente se despede e se despende
num tropel raivoso de pensamentos soltos
e nessa hora, ao fim da estrada, busco pouso
e tudo o que desejo é abrir meus braços
pra me perder no vão de braços outros.

Nenhum comentário: