"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



quinta-feira, 19 de maio de 2016

Poema do bebê que eu quase matei

Silêncio
a pele azulada me implodiu em culpa
os olhos entreabertos, a boca cerrada...

paralisada
o vi ser reacordado
ouvi seu choro
e eu não sabia
quem era aquele bebê que eu esquecera
(eu esquecera!)
- e quase matara - 
na água fria.

foi com seu choro
- e nenhum alívio- 
que despertei suada
assustada, dolorida

e não sei se sou eu, 
minha mãe,
minhas filhas,
não sei se é meu sonho
meu medo
minha lida
sei que sua imagem me assombra 
desde cedo
e temo que não saia nunca mais
da minha vida.

Nenhum comentário: