"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



quinta-feira, 12 de junho de 2014

Suspeitas*

Eu, por mim. 




















Meu eu sujo
não rejeito:
é trajeto desajustado
é jogo imperfeito.

Meu eu de mim sujo
é fruto do mundo
introjetado
em meu peito.

Não me parece abjeto
ser objeto
e eu suspeito
que tanta face
e tanto,
e mais,
é o que me apraz.

Entretanto
algo me espeta:
poderia o limbo
do eu dejeto
doado na poesia gorjeta
- ainda que lindo-
ser lido como o eu sujeito?

*poema inspirado na defesa da dissertação de Antônio Hilário, que analisou, entre outros "sujeitos", a mim. 

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