"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O diabo do meu pai

O diabo do meu pai aparecia num redemoinho.
O diabo do meu pai adorava confusão: 
gostava de se meter entre irmãos que brigam, 
amigos que brigam, casais que brigam.
O diabo do meu pai era corajoso demais
e seus seguidores eram heróis.
O diabo do meu pai adorava beber,
fosse sangue, 
fosse álcool,
ou os dois.
O diabo do meu pai era ladrão.
O diabo do meu pai roubava na escola.
O diabo do meu pai às vezes se fazia de bom, 
ia orgulhoso à Igreja:
o diabo do meu pai era soberbo.
O diabo do meu pai era preguiçoso.
O diabo do meu pai não tinha data.


Foi num fevereiro que ele morreu... 
E eu sinto uma saudade do diabo 
ao lembrar das histórias de diabo
do meu pai.

Um comentário:

Thayanne Maria disse...

Gostei :)