"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



sexta-feira, 21 de junho de 2013

Paz na rua

Ah, a rua. Esse lugar mágico
quando fugimos de casa
esse espaço trágico
onde moram os esquecidos
bem ali onde habitam viciados
cães e crianças abandonados
onde o filho da classe média
faz racha com o carro do pai
ali onde se anda de skate
trabalha a meretriz
e o bêbado cai
lugar de ser feliz
onde se trai engana e mente
a rua onde se unem
pacificamente
culpados e inocentes

é na rua cheia
que os zumbis passeiam em pilhéria
gritando contra o indefensável
e dizendo coisas óbvias
que somente a cegueira
dos que sempre tiveram tudo
esconde.

" - sem violência!"
nesse sistema
que garante que para muitos tudo falte
enquanto para outros abonde?
me digam,
"Sem violência"
aonde?

2 comentários:

Hegley Miranda disse...

O próprio sistema é a violência! Amei o poema!

Sarah Coelho disse...

" é indigno sentir a dor pelo outro". Segundo Foucalt,nao podemos sentir a dor,a revolta ou a indignaçao de outra pessoa. Cada um reage de acordo com o proprio sentimento. Uns pintam o rosto,no grau de educação que recebem,e pacificamente protestam contra as injusticas. Outros,emponderados pela multidao,animizados pela vida,reagem com a selvageria secular com q sao tratados."