Acusação: romântica
E não sou?
Sou lobo de matilha
do tipo que compartilha
o uivo para a lua.
Apaixonada
cometo pequenos e calculados delitos:
roubo
beijos
sequestro-me
por horas
mato
saudade e desejo.
Guardo na boca vazia
o sabor da noite passada
ainda que me digam 'louca'
- que heresia! -
toda aventura será pouca
"E digo mais"
meu rapaz:
em tempo de tanto egoísmo
e medo do outro e engano
e ciúme e posse e mentira
luto e danço
sob outra lira.
Em tempo de gente que pira
por carro, casa e grana
eu só posso achar bacana
amar assim, por amar.
Se sou romântica? Sou.
Nada mais a declarar.
O poema original publicado às quatro da manhã no facebook merecia uma mexida. Foi o que fiz. Se quiser conferir o original, acesse https://www.facebook.com/note.php?note_id=243581875717965
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
domingo, 29 de janeiro de 2012
Biutiful
Amanheço tarde Amanheço tarde
já é tarde já é tarde
o sol no meio... o sol no meio...
penso naquele que me invade Em mim nem sombra
e por quem arde de cuidado
meu anseio. ou de receio.
De novo em brasas
por amor e vício
saltam sem asas
para o precipício.
sábado, 28 de janeiro de 2012
Small Pleasures, Kandinsky -1913.
(Imagem escolhida por Andréa Cordeiro)
Havia cor
e bonecas e bruxas
e crianças cheias de coragem
e amor.
Havia um trator azul
contrastando com a lama
descontrolado
rumo ao sul.
Havia esperança
em uma cabeça prateada
que falava silenciosa
expectativa e desejo.
E eu,
observando a tudo
mesmo cheia de medo
mesmo cheia de medo
não queria acordar tão cedo.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Enquanto os outros dormem...
Essa minha ausência crônica de sono
é patética
nasceu de um maldito abandono
se faz musical, literária, cibernética...
Depois de anos de terapia
já dá pra fazer poesia
dessa maldita patologia!
Eu sei que o caso é caótico
e que assim sempre houvera sido...
e hoje, um gótico
é meu 'tarja-preta' preferido.
Nick Cave...
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
domingo, 22 de janeiro de 2012
resposta
vítima e algoz
escravo e senhor
lento e veloz
que mais seria?
chega
então toca dentro
me desentoca e alimenta
enleva o verso
verte desejo por toda parte
vira arte
enche a vida
esperança e cor
que mais seria?
que mais seria?
vem
então desenvolve sonho
devolve o sono
estabelece paz
e é tudo invertido:
em perspectiva
enche a vida
alegria e sabor
que mais seria?
que mais seria?
escravo e senhor
lento e veloz
que mais seria?
chega
então toca dentro
me desentoca e alimenta
enleva o verso
verte desejo por toda parte
vira arte
enche a vida
esperança e cor
que mais seria?
que mais seria?
vem
então desenvolve sonho
devolve o sono
estabelece paz
e é tudo invertido:
em perspectiva
enche a vida
alegria e sabor
que mais seria?
que mais seria?
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
outra fome
boto fé
é melhor que almoço, jantar
e café.
com certeza
é melhor
que sobremesa
pro meu paladar
bom mesmo
é te degustar...
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Senhor perfeito
Quando falo em perfeição
não estou tratando da falta
de defeitos
da pureza dos conceitos
nem de outra coisa etérea,
é de algo mais palpável
e sem juízo
do que me diz o meu
espelho de narciso
é da pele, da matéria.
E é por enxergá-la
que compartilho sua casa
minha roupa
nossas asas.
Esse jeito homem/menino
te instalou certeiro
dentro do meu peito...
Foi esse jeito teu que me abateu,
e te fez
senhor perfeito.
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Preservação
Quero manter em mim a sensação
de um noturno banho de rio
a liberdade da pele nua
seus dentes batendo de frio
e nossos pensamentos
construindo
uma intimidade apaixonada.
Por mim,
amigo querido, continuaremos
rompendo as regras:
incendiários,
criaremos tempo
além de horários,
turvaremos sentidos vencendo eras,
unidos comparsas
beijaremos o eterno das nossas
antigas quimeras.
de um noturno banho de rio
a liberdade da pele nua
seus dentes batendo de frio
e nossos pensamentos
construindo
uma intimidade apaixonada.
Por mim,
amigo querido, continuaremos
rompendo as regras:
incendiários,
criaremos tempo
além de horários,
turvaremos sentidos vencendo eras,
unidos comparsas
beijaremos o eterno das nossas
antigas quimeras.
sábado, 14 de janeiro de 2012
Se for, já é...
Juraria até querer e
arejar nosso
mundo, com carinho
incansável e sem
limites.
Até lá,
entretanto,
se te faço
uma promessa
é a de manter esse encanto
olhando você
sem pressa.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
meus dias para Bella
Há dias que me sei inteira
à beira do precipício
completamente entregue
ao prazer, ao amor, ao vício
há dias que me sei viva
em carne viva
ardendo atroz
há dias vivo
intensamente
bebendo a saliva
de meu algoz.
à beira do precipício
completamente entregue
ao prazer, ao amor, ao vício
há dias que me sei viva
em carne viva
ardendo atroz
há dias vivo
intensamente
bebendo a saliva
de meu algoz.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Guitar Hero
(ei, me escolhe? me agarra?
toca-me,
como à tua guitarra...)
Anoitece
e ânsia arde
até tarde.
Não me cansa
o fato,
a caça,
palavra e ato.
Quero agora
sem demora
tua pele marfim,
teu cabelo negro
teus olhos e sorriso.
Eu preciso
que seja um instante
impreciso e sem fim
sobre mim, sob mim,
pouco importa:
pouco importa:
sobre em mim...
domingo, 8 de janeiro de 2012
Manaus de novo
for Jam
Aprecio
quem se joga
se entrega
voa, se doa,
arde, pede
e corre atrás.
Aqueles para quem a margem
nunca é suficiente:
aprecio quem se afoga
de forma furiosa
e inconsequente.
Me incomoda,
me incomoda severamente,
o burocrata
e suas paixões organizadas em gavetinhas
enclausuradas em dias certos
feito folhinhas.
Aprecio o amor às dez da manhã da segunda-feira
o beijo de língua na fila do banco
o amor sem hora
sem eira nem beira:
que voa baixo 800 kilômetros
e é manco.
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Placidez
O sol morre e renasce, reverente,
à paixão com que queimamos nossa noite
tua pele toca a minha lentamente
e fogo brando nos consome num açoite...
Com a língua lavo as letras tatuadas
em teu corpo rijo e solto de menino
nossas bocas foram desenhando estradas
onde apenas o prazer foi peregrino.
Fortalece-me essa juventude tua
debruçada sobre a minha carne crua
nua e livre de pudor e de maldade:
nos amamos até que surgisse o dia
estudantes de nossa anatomia
e rendidos ao desejo que nos arde.
PS:
Essa ânsia que, há tempos, meu amigo,
já nos enche dessa sede e dessa fome,
é doçura, e saciada, vira abrigo
nos unindo sob um céu que tem teu nome.
à paixão com que queimamos nossa noite
tua pele toca a minha lentamente
e fogo brando nos consome num açoite...
Com a língua lavo as letras tatuadas
em teu corpo rijo e solto de menino
nossas bocas foram desenhando estradas
onde apenas o prazer foi peregrino.
Fortalece-me essa juventude tua
debruçada sobre a minha carne crua
nua e livre de pudor e de maldade:
nos amamos até que surgisse o dia
estudantes de nossa anatomia
e rendidos ao desejo que nos arde.
PS:
Essa ânsia que, há tempos, meu amigo,
já nos enche dessa sede e dessa fome,
é doçura, e saciada, vira abrigo
nos unindo sob um céu que tem teu nome.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Novo ano...
Foram 113 poemas no ano passado. 85 seguidores cadastrados, muitos outros visitando. Chegando à casa das 10 mil visualizações. Num blog de poesia, feito por uma poeta sem grandes pretensões, que fugiu de São Paulo para viver no mais recôndito e extremo norte, isso é considerável.
Em 2012, o blog vai continuar. No ritmo que o mundo mandar, o mundo do meu coração, que rege as minhas palavras. Agradeço a cada um que veio aqui, que comentou, que clicou dando sua opinião, que sugeriu temas, etc. Já começo pedindo desculpa a quem pediu um poema de ano novo... por mais que eu tente, ainda nesse dia 04, tudo me parece muito igual...
Abraço a todos, feliz 2012!
Em 2012, o blog vai continuar. No ritmo que o mundo mandar, o mundo do meu coração, que rege as minhas palavras. Agradeço a cada um que veio aqui, que comentou, que clicou dando sua opinião, que sugeriu temas, etc. Já começo pedindo desculpa a quem pediu um poema de ano novo... por mais que eu tente, ainda nesse dia 04, tudo me parece muito igual...
Abraço a todos, feliz 2012!
ANO NOVO
Eu, poeta do XIX
Eu, poeta do XIX
embriagada de luz e poesia
sinto a energia que me dedicas
quando inicia esse dia...
Mas é fato que ando
envolta em medo
e a causa não é outra,
não é segredo:
a outro meu coração tem pertencido.
Sei que é um outro
que me presenteia
com ausência,
negligência,
e outras formas de dor
diversas.
Ainda assim,
querubim,
não haverá novo ensaio
antes que feneça
esta antiga peça...