Há quem confunda a dor que é dor
com a dor cantada
e há quem não suporte o retrado da dor
que observo e pinto...
Mas a questão pela qual não busco o esturpor
nem me faço anestesiada
é singela e cheia de egoísmo:
há visão tão bela
quanto a de um abismo?
Se a flor da beira me rende lirismo,
me rende perfume
e me rende sentido pra vida e o ciúme
buscar essa flor é ser suicida?
Não me assusta sofrer,
romper o coração,
não me assusta cair,
me desespera
é perder a hora e não desejar a beleza mais rara
só por estar presa
ao medo da tristeza
ou à obrigação de sorrir.
domingo, 27 de novembro de 2011
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
virtual
a vida vazia
a via nua
havia ali
vinho tão vil
tão crua vista...
ávida sorvi
o veneno das luas
e suas veias
entornaram vícios
naquele abraço
- filho do ócio -
avistei vales
e precipícios...
a via nua
havia ali
vinho tão vil
tão crua vista...
ávida sorvi
o veneno das luas
e suas veias
entornaram vícios
naquele abraço
- filho do ócio -
avistei vales
e precipícios...
domingo, 20 de novembro de 2011
queda livre
era cedo
quando olhou pro alto
e saltou no abismo.
deixou o cinismo
e um recado escrito
para niguém ler:
só me deixe
hoje o céu
não está pra peixe.
quando olhou pro alto
e saltou no abismo.
deixou o cinismo
e um recado escrito
para niguém ler:
só me deixe
hoje o céu
não está pra peixe.
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
promessa para Adahra
Vinde a mim, morena ditosa
e te faço carinho, dou-te um ninho
um perfume, um descanso, uma rosa
poesia, alegria, nova estrada...
tudo o que quiseres
a vida numa madrugada!
e te faço carinho, dou-te um ninho
um perfume, um descanso, uma rosa
poesia, alegria, nova estrada...
tudo o que quiseres
a vida numa madrugada!
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Insânia em seis atos
I
uma canção de urgência
pôs-me o coração na boca
e o amor em indigência
II
outra canção,
de distância,
exilou-me da esperança
III
quando as horas bateram trôpegas
alarmes que não tocaram
calaram definitivamente a razão
IV
amanhecera o sábado
sem motivo algum
para ir ou ficar.
V
fui olhar o rio pra lembrar
que eu também passo
a pressão dos meus presságios sugeriu
- não tenha pressa...
VI
segunda, seguindo
e me afago
e me afogo
no a mar.
uma canção de urgência
pôs-me o coração na boca
e o amor em indigência
II
outra canção,
de distância,
exilou-me da esperança
III
quando as horas bateram trôpegas
alarmes que não tocaram
calaram definitivamente a razão
IV
amanhecera o sábado
sem motivo algum
para ir ou ficar.
V
fui olhar o rio pra lembrar
que eu também passo
a pressão dos meus presságios sugeriu
- não tenha pressa...
VI
segunda, seguindo
e me afago
e me afogo
no a mar.
domingo, 13 de novembro de 2011
Sombra e sobra - ou sobre ontem
No dia do concílio de feiticeiros,
sagrado judio e de seitas outras,
celebro o sonho.
Mas na quinta,
me subtrai o medo
e a serpente que me sonda
sussurra-me
sibila em meu sono
soçobrando em mim o desejo
espalhando seu veneno de cobra...
eu cedo, envolta em sombras
e me entristeço
como somente pode
quem sabe que sobra:
será que só?
que sou?
que sábado?
e só?
sagrado judio e de seitas outras,
celebro o sonho.
Mas na quinta,
me subtrai o medo
e a serpente que me sonda
sussurra-me
sibila em meu sono
soçobrando em mim o desejo
espalhando seu veneno de cobra...
eu cedo, envolta em sombras
e me entristeço
como somente pode
quem sabe que sobra:
será que só?
que sou?
que sábado?
e só?
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
poeminha para o Éden
ah o paraíso que vejo
precioso e preciso
doce envolto em fumaça...
será que me abraça
que me adota,
me caça?
precioso e preciso
doce envolto em fumaça...
será que me abraça
que me adota,
me caça?
sábado, 5 de novembro de 2011
Meninas musas*
I
É doce que não me enjoa
o beijo dessa mandona
pois de tanto se doa
de mim já se fez a dona...
não exige, nem despreza
chega, invade e está feito:
quando vi era posseira
a ocupar o meu peito.
Tudo que há em mim se alegra
ao som da voz da menina
que de alegria e prazer
é a mais explosiva mina.
Quando estou para implodir
e penso que é o fim
em sua pele de marfim
meu veneno ela destila:
o que seria de mim
sem o amor de Narrila?
II
Há ali um ar blasé
de quem já me conhece,
de quem já me prevê.
Naqueles lábios,
entreabertos,
céus e desertos
espreitam incautos...
Eu me rendo
entre rendas e saltos
deliro, tremo e morro
pra renascer e novamente
em seu oásis pedir socorro.
quando a vê,
todo meu corpo se agrada:
amor, você,
minha Adahra...
III
vi
em seus olhos negros
vinhas e viagens
verdadeiras vertigens
vândalos em Roma
veias estouradas
vi
e o que vi
não se engane
tira-me a paz
não vejo nada mais
que Viviane.
* Alegrias minhas, entre nós atadas: Narrila, Adahra e Viviane. Amor. Nós.
É doce que não me enjoa
o beijo dessa mandona
pois de tanto se doa
de mim já se fez a dona...
não exige, nem despreza
chega, invade e está feito:
quando vi era posseira
a ocupar o meu peito.
Tudo que há em mim se alegra
ao som da voz da menina
que de alegria e prazer
é a mais explosiva mina.
Quando estou para implodir
e penso que é o fim
em sua pele de marfim
meu veneno ela destila:
o que seria de mim
sem o amor de Narrila?
II
Há ali um ar blasé
de quem já me conhece,
de quem já me prevê.
Naqueles lábios,
entreabertos,
céus e desertos
espreitam incautos...
Eu me rendo
entre rendas e saltos
deliro, tremo e morro
pra renascer e novamente
em seu oásis pedir socorro.
quando a vê,
todo meu corpo se agrada:
amor, você,
minha Adahra...
III
vi
em seus olhos negros
vinhas e viagens
verdadeiras vertigens
vândalos em Roma
veias estouradas
vi
e o que vi
não se engane
tira-me a paz
não vejo nada mais
que Viviane.
* Alegrias minhas, entre nós atadas: Narrila, Adahra e Viviane. Amor. Nós.