domingo, 27 de novembro de 2011

Há quem confunda a dor que é dor
com a dor cantada
e há quem não suporte o retrado da dor
que observo e pinto...

Mas a questão pela qual não busco o esturpor
nem me faço anestesiada
é singela e cheia de egoísmo:

há visão tão bela
quanto a de um abismo?


Se a flor da beira me rende lirismo,
me rende perfume
e me rende sentido pra vida e o ciúme
buscar essa flor é ser suicida?

Não me assusta sofrer,
romper o coração,
não me assusta cair,
me desespera
é perder a hora e não desejar a beleza mais rara
só por estar presa
ao medo da tristeza
ou à obrigação de sorrir.

4 comentários:

  1. buscar essa flor é ser suicida?
    É.

    Mas ser suicida não implica em morrer, assim como desistir da morte não implica em viver...

    Tenso, né?

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  2. é vero...
    Não há explicação para a busca do amor. Quando vemos, à ele estamos presos diante de sua imensa liberdade.

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  3. Ou a gente se arrisca à dor, ou morre na incerteza do que poderia ter sido.

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  4. resumindo: sempre há morangos que valem o abismo!

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