amanheci cansada
de todas as caras onde me abrigo
espalhadas como o campo
que o espantalho do espelho mira
hoje não haverá amigo velho
que dilua do dia esse gosto acentuado
de que vida voa e a morte espera
hoje acordei uma fera
com meus digeridos versos-rascunho
arquivados de próprio punho num autoimposto
sufoco.
hoje todo mal é pouco
porque o sol é louco
a pele está sensível
e a carne do coração
maturada.
Hoje é piada errada
porque, de mim,
amanheci cansada.
sábado, 13 de outubro de 2012
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
correspondida
você me apetece
e a vida transborda
feito bárbara horda.
para minha alegria
o som que mais te apraz
está mais nas loucas
palavras sombrias
das minhas roucas
cordas vocais.
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
presa
são suaves seus olhos
e me tocam
quando fecham
em silêncio
com sussurros
nós sonhamos
em degredo
e são ávidos
seus dedos
que me tocam
eu receio que meu medo se perdera
e pressinto que minh'alma ganhou dono
me permito ser tocada a noite inteira
alma e corpo olvidados do abandono
é assim, em pleno voo
que você me amarra:
madrugada e eu ecoo
feito as cordas
da tua guitarra.
e me tocam
quando fecham
em silêncio
com sussurros
nós sonhamos
em degredo
e são ávidos
seus dedos
que me tocam
eu receio que meu medo se perdera
e pressinto que minh'alma ganhou dono
me permito ser tocada a noite inteira
alma e corpo olvidados do abandono
é assim, em pleno voo
que você me amarra:
madrugada e eu ecoo
feito as cordas
da tua guitarra.
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
lua de mel
deveras, avivo-me
e me suporta o som
de teu violão...
Ave vinho!
e tudo tão suave...
arde em nós
véspera de abortado e eterno feriado!