sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Mãos do vento*

#surubaparacolorir
Em silêncio, varrendo a verve
que inválida
invertia as ondas de arrepio
vieste
morno e suave
lufada de vento ávida e viril,
vieste,
navegaste esse corpo
que se tornou todo um rio
e minha alma, vela cheia,
singra solta pelo espaço do cio.

voluntariamente atada e cega
sou vanguarda-velha 
vejo vergastada 
a voracidade da solidão
e como nada nos fora vedado 
o coração vocifera
vulnerável 
no sentido mais vil e valoroso
da palavra que em mim você destrava.

a confiança da entrega
que violenta e valente me descongela, 
é brotada semente,
vivência que assusta e adoça
e nos entres do dia-a-dia
me refaz e me remoça.

É presente do universo
a lúbrica poesia 
colhida de tuas mãos, língua, falo
frente e verso...
me sopra crepitando a superfície
e de braçada
nada em mim e em mim mergulha
me adormece e me desperta 
na forma mais líquida 
e da forma mais certa.


*Cumprindo o poema-promessa pra quem me acaricia feito vento.

5 comentários:

  1. me adormece e me desperta
    na forma mais líquida
    e da forma mais certa.
    Amém

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  2. me adormece e me desperta
    na forma mais líquida
    e da forma mais certa.
    Amém

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  3. Nudez da entrega amorosa.

    Que sigam assim : 'sem que nada lhes seja vedado'.


    Obs:Gostaria de ouvir o comentário sb o poema, de "quem te acaricia feito vento"...rsss

    Beijos.

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  4. Suas letras, suas linhas
    Perfeitas
    Estigmas pra quem me
    (lucio ruiz)


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