segunda-feira, 20 de abril de 2015

Prisioneiro

tristemente
transitava feito um traste
coberto de trapos
trôpego

cravava os dedos e as unhas
na carne da terra
como quisesse salvar-se da queda
e estava no chão

depois seca os olhos
engole a saliva
ajeita gravata e bolsa
e sai falsamente altivo
abraçado ao ofício que lhe mata

- o que o desespera
é entrever que em si não há cura
para o imenso medo da quimera.




Um comentário:

  1. Liberto

    Liberto
    Transitava tralhas
    Triturando lembranças
    Não atentava para o triste
    Era tropeiro de sonhos

    Tinha as unhas roídas
    Laceradas de realidade
    Mesmo assim flutuava
    Agarrado a recordações

    Bebia a terra nos olhos passados
    Bêbados do ofício de arar desejos
    Maquinava os próprios movimentos
    Insano e leve como a Patagônia

    Não vale a pena disse entre dentes
    E fez vigorar sua própria lei de Descartes

    ResponderExcluir

Diga o que pensou, o que sentiu, se concorda ou não... DIGA ALGUMA COISA!