Choveu
longe daqui
o sangue cobriu o fio da adaga
e o fogo lambeu o corpo
de um septagenário.
Era só um homem
trabalhador humanitário
e era só um homem
pai de outro homem,
homens sós, reduzidos a nada
cabeças sob o sol e o céu azul
sob as lentes da loucura
por ódio e ganância
tombadas.
Enquanto isso,
noutro lugar, inclusive aqui
mulheres tomam a frente dos bandidos
que acabam de pedir pra sair.
Cobertos de horror
não são vermelhos,
e pesam como chumbo
os minutos desse dia.
Eu bem queria não ter visto
e é fatal
que a pergunta fique parecendo um cisto:
de que me vale
essa aurora boreal?
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