sábado, 15 de março de 2014





















abraço amarelo
quente
depois descemos a ladeira
um do outro ainda rente

era noite e era dia
junto à calçada um veículo
se movia
e sobre nós desabou
mortal
imenso muro
em tijolo e pedra e cimento e cal

foi em segundos o assalto
a visão da ladeira, do veículo, do muro
a solidão profunda do meu peito contra o asfalto
e o escuro total

no último instante
antes de acordar, assustada e arfante
não foi grito nem dor
o que se revelou
mas angustiada descoberta 
reconhecimento, torpor
em meio a verdade incerta:
- então foi assim que eu morri!

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