segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

"viver não é preciso"

quando manhã terra firme corria o engano
olhos marejados numa cabeça de rocha
parado e perdido entre ondas
de pensamentos sem rota

se desbota e,
quando tarde arde o que o irrite
dorme numa profundeza sem limite

quando noite, recorre sem plano
ao mirador do peito
e sua tocha-farol
lança-se no mar de perdidas cabeças
sem lemes nem mapas nem medos
navega por entre sombras e segredos
como quem a si mesmo atravessa

madrugada avança
e o ciclo recomeça.





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