Já tenho trinta e nove
mais uma volta inteira ao redor do sol
e hoje
chove.
Pulmão apertado
respiração difícil
desperto com... "tente!"
E não há tosse que limpe
não há grito que limpe
não há verso que limpe
Já tenho trinta e nove
hoje chove
e me vejo com nova
e doce necessidade:
como expectoro
a felicidade?
Para Clarisse, Helena e Rebeca, melhores presentes que a vida me deu,
para a Fiel, razão de ser corintiana,
e para você, meu Jam.
"faz parte do teu show meu amor"
ResponderExcluirabri teu blog e bem na hora essa música começou a toca.
tu és mesmo uma reina aos 39!
tocar*
ResponderExcluirA felicidade não deve ser expectorada
ResponderExcluirnão deve ser escarrada na cara das pessoas
que são tristes que são apegadas
aos seus trapinhos e badulaques
Deve ser sorvida, sugada, suada
a cada pingo de chuva do teu véu
debutado de versos e reversos
Deve ser malcriada com a vida
e pedir mais a cada minuto
Deve ser fruto de cada arrepio
e o pio de cada chiado arrancado
do seio de respiração ofegante
E deve ser gigante pra quem faz trinta e nove
pra quem faz sessenta e nove
pra quem faz o mundo da gente girar
ao redor dela
Minha felicidade é gigante
ResponderExcluirpor que antes dela
vieram pai, mãe e irmãos
vieram Mibi, Mirella, Murilo
vieram Cora, Kalyua, Maria
e tantas cores, certezas, vacilos
vieram Kika, Ana Lúcia e Blenda,
vieram filhas em bando
vieram alunos a granel
veio toda uma história
que eu protagonizei
em cenários implausíveis
para cenas improváveis
todo um filme sem igual...
porque de pessoas
é que se faz a felicidade,
afinal.
Por ela,
não sinto culpa nem faço segredo
e assim cuspo na cara do mundo
não deixo horror, nem degredo
nem desamor, mal profundo
me destruírem por medo...
eis aqui minha vingança:
não cedo às dores do tempo
e ao lado de gente linda
eu sigo sendo criança.