Amanhece um colorido tão intenso
Que meus olhos se colorem, se enrubescem
E se fecham, irrequietos e acossados
Pela luz dessa vida que se aquece.
Esse dia não combina com minh’alma
Que se engana, ao julgar que estava livre
E solitária vaga, voa, sobrevive
À condição de ser fratura, de ser trauma.
E meu corpo, esse cruel detalhe horrendo,
A expressão da alma minha não permite
Se alegra com o sol que se avizinha
Recolhendo-se pleno de limite.
Nessa luta, nesse campo, nessa arena
Sou a grama sob os pés dos paquidermes
Sou o marisco que se debate inerme
Nos desvãos da luta entre a rocha e o mar.
Quando tudo que eu queria era amar
Vem o sol, numa louca epifania
Cala o corpo, que berrava em histeria
Cala a alma, que folgava em se danar.
Mesmo que a gente fique triste,
ResponderExcluiro sol sempre estará lá fora com a sua graça, a sua luz, o seu brilho.
Esperando pacientemente, a gente se acalmar, depois levantar, e ir ao seu encontro.
Mas as vezes ele escurece, e o tempo fecha. As vezes o tempo se revolta, e aí, de subito temos uma alegria descomunal.
Que fazer diante das ironias que são apresentadas? Nada. A gente ri, a gente chora, e a gente brinca como se ainda fossemos crianças de tempos antes.
E eu só respiro, como todo mundo vai respirando, nesse infinito fluxo aéreo da árvore da vida. ='/