quarta-feira, 30 de maio de 2012

olhando pra frente e pra trás

choveu
e eu e eu e eu
caída na cama,
 - faltando-me o ar -
chorava mansinho
me salgando
devagar

não houve espaço
naquela triste tarde
pra nada do que hoje me arde...

o tempo passa
estou doce

mas quando chove
como agora
eu penso naquele terreno
que outrora
comprei no cemitério
não entendo do mistério
que foi depositar
o resto do teu corpo amado
naquele lugar

quando chove
eu me pergunto um pouco
antes do sal me calar:
como irás me receber
quando contigo
eu voltar a morar?

5 comentários:

  1. eu gostei bastante da sua poesia por hora eu lesse, a espinha me ardia uma obra como essa que pena que o tema parece ja ter acontecido queria eu,ele não ter morrido para acontecer uma obra tão expressa.

    abraço josé junio

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  2. É quando chovemos pro lado de fora
    Da cara que a vida fica afogada
    Na garganta da janela onde a chuva
    Também se atira para morrer calada

    É quando os nervos da despedida
    Distendidos numa harpa desafinada
    São tangidos pela mordaça da memória
    Que nada queremos pensar da historia

    É quando a dor do olhar racional
    E triste se aproxima do oco bucal
    Tornando a vontade do beijo agonia
    Que se vê na poesia toda valia

    É quando por fim a tua presença
    Linda e serena se afasta e descansa
    Que a vida parece viver em trança
    E a gente não quer mas balança

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  3. Mibi, meu querido
    mais do que me fazer companhia
    você me ajuda a pensar nisso tudo
    e a fazer da poesia
    o meu choro menos mudo.

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