segunda-feira, 28 de maio de 2012

qualquer amor*

falta a salvação da próxima alma
falta a alma para a próxima reza
falta reza para o próximo milagre
e falta o milagre.

falta a palavra da próxima linha
falta a linha da próxima estrada
falta a estrada da próxima viagem
e falta a viagem da próxima picada

falta a picada da próxima consciência
falta a consciência da próxima culpa
falta a culpa do próximo pecado
e falta o pecado.

porque sem você,
o que sinto e penso
é que a vida parece
em suspenso.

*um pouquinho de saúde

14 comentários:

  1. Resumiu tudo o que estou sentindo: "falta."

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  2. Tua falta em mim;
    Em mim tu vagas;
    Vagas em amor e paixão;
    Paixão pura de verdade e de amizade.



    ELI MACUXI, MAÍSCULA é as tuas palavras em falas maravilhosas, que ilumina nossas vidas e
    que nos leva a compreender uma viagem de sentimentos. Parabéns pelo teu escrito.
    Aram...

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  3. nada te falta porque sabe que tens
    mas lamenta como sempre esses seus tantos e infinitos bens
    pare com a salvação, com a reza, com o milagre
    pare

    não complique tanto essa dor doentia
    não compartilhe dessa minha agonia
    pare de me roubar as palavras
    pare de ser tão fria

    sem linha, estrada, viagem
    sem picada, consciência, culpa
    sem pecado, sem mim, sem luta
    te deixo meu medo e a saudade crua

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  4. que faço com medo e saudade?
    por que tão pouco me deixas?
    deixe pele, suor, lealdade
    sorriso e suaves madeixas
    deixe um pouco do cheiro que é teu
    deixe um pouco do gosto que é nosso
    deixe toda distância pra trás
    e receba o que te dar eu posso
    se tu achas que sou doentia
    e não sabes se é bom ou ruim
    o encanto da dor-poesia
    em teu corpo revelando a mim
    eu te peço, me espere na estrada
    sem atraso, sem culpa nem reza
    que de amores te cubro a jornada
    com a cor que meu coração preza.

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  5. Feita a salvação da próxima alma
    O que sobra da reza que não se fará
    O que sobra do milagre não ocorrido
    O que sobra do não vivido

    Feita a palavra na próxima linha
    O que sobra da estrada que não será
    Mais reta que a viagem do poeta
    Pelos picos do não aplicado

    Feita a picada da consciência abismada
    O que da culpa na gente não restará
    Em pecados mal explicados
    Pelas sobras do não existido

    É que enquanto você sobra
    Quando toda a obra
    Vem abaixo
    Não sei mais se me encaixo

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  6. ops, errei um verso, é "...dobras do não existido" no último verso da terceira estrofe...
    e não "sobras"

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  7. Fiques com o que resta e crie um fim
    Não me pus neste lado triste por ti
    Tampouco a escondi de mim

    A tua distância se fez proposital
    Porque quiseste talvez
    Livrar-me de algum mal

    O que faço de ti, doce desejo
    Com a pele tão quente
    E o negado beijo

    -

    Sobre a jornada
    Por que falas tão segura
    Dessa estrada abandonada
    Que não passa de uma rua

    Nem lembras o caminho
    Porque sequer me procuraste
    Deixou-me num vazio
    Tu me abandonaste

    Se quisesses saberia
    E não foi me encontrar
    Hoje dizes com categoria
    "Venha me buscar"

    Ora, pare de conversa
    Não me deixes em agonia
    Essa tua promessa
    Sei que é fraca e fria

    Não vou insistir
    Se sei que não me queres
    Vou me despedir
    Procurar outras mulheres

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  8. você fala com propósito
    mas não mostra sua cara
    lamento mas não aceito
    atitude tão avara
    se um dia te abandonei
    - e nem sei se isso é verdade -
    certamente houve motivo:
    eu detesto falsidade
    não gosto de olhar furtivo
    nem de palavra vazia
    não gosto de quem se esconde
    se camufla e me vigia

    sou egoísta assumida
    não quero ser doutro jeito
    só fico com quem me agrada
    já falei muito a respeito
    e quem a essa altura se esconde
    pra reclamar do 'passado'
    já não tem nenhum direito
    além de apanhar calado
    das dores que traz no peito!

    :) rsrsrsrsrsrsrsrsrs

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  9. Como se eu precisasse assinar.

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  10. quem não existe
    não precisa assinar
    assim se exime
    das palavras soltas no ar
    e se oprime,
    ao não se revelar:
    é de avareza tamanha
    que sozinho se consome

    mas não me tira
    o sono nem a fome
    pois o que não existe
    não precisa mesmo ter nome.

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  11. Que seja. Despeço-me.

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  12. Como me empolga o duelo das palavras
    Do fundo da alma arrancadas!
    Mais que palavras
    Sentimentos em forma de arte! Inspiram sensações marcantes, quase posso seus aromas
    Envolventes.
    Intrigantes.
    Resta-me apenas desfrutar...do amor transcrito
    De dois poetas que no fundo só querem se amar!

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  13. eu, na verdade, só posso amar ao que conheço, ao que reconheço. Aqui, amo apenas as palavras, uma vez que jogo no escuro e apenas eu mostro minha cara...

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